O delegado Márcio Mendonça, responsável pela Delegacia de Combate às
Drogas (Dcod) no Rio de Janeiro, contou após ouvir as vítimas que o
pastor Marcos Pereira alegava às mulheres que elas estavam “possuídas” e
que só estariam livres do “mal” quando tivessem relação sexual.
“Ele
tinha um comportamento semelhante quando estuprava as mulheres dentro
da própria igreja. Ele dizia que elas estavam possuídas, demoniadas e
ele fazia crer que a única forma que essas pessoas pudessem ser
libertadas daquele demônio era tendo relação com uma pessoa santa”,
explicou o delegado Mendonça ao G1.
Entre as novas informações da polícia, estão mais detalhes dos estupros.
“Na igreja, tem pessoas que prestam serviço para ele e que não recebem
nada. Elas servem o café, ajudam na limpeza, fazem o almoço. Ele se
aproveitava e abusava das pessoas naquele local mesmo”, acrescentou
Márcio Mendonça. Os relatos apontam que o pastor costumava agir com
violência, obrigando as mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a
transarem com homens.
Uma jovem, que foi violentada dos 14 aos 22
anos, decidiu morar na residência da igreja, contou em depoimento em
abril deste ano. As conversas sobre um “espírito lésbico” levaram aos
abusos, segundo informou uma reportagem da Veja. O pastor passou “a
trazer outros membros da ADUD para
participar dos atos sexuais e um garoto de programa em uma das vezes”.
Marcos “tinha sempre predileção por sexo anal”, relatou a jovem à
polícia.
Além dos crimes de tráfico de drogas e lavagem de
dinheiro, os policiais investigam a morte de vítimas que teriam tentado
denunciar os crimes de Marcos Pereira.
Segundo a polícia, uma jovem assassinada em 2008 foi morta antes de
conseguir fazer a denúncia. Um sobrinho do pastor foi detido pelo
assassinato.