A Liga Árabe condenou neste domingo (5) os ataques efetuados por Israel
na Síria e pediu que o Conselho de Segurança da ONU "aja imediatamente"
para contê-los.
Os ataques são "uma agressão flagrante e uma violação perigosa da
soberania de um Estado árabe", disse Nabil al-Arabi, secretário-geral da
Liga, pedindo que o Conselho de Segurança "aja imediatamente para
conter as agressões israelenses contra a Síria".
A agência de notícias da Síria informou na noite deste sábado (4) que foguetes lançados por Israel atingiram um centro de pesquisa militar em Damasco.
A Presidência egípcia, por sua vez, afirmou em um comunicado que essas
incursões aéreas eram "uma violação dos princípios e do direito
internacionais e podem aumentar a complexidade da situação e ameaçar a
segurança e a estabilidade da região".
"Embora o Egito se oponha vigorosamente ao derramamento de sangue na
Síria e ao uso de armas pelo Exército sírio contra suas crianças (...),
recusa a agressão contra a Síria, o ataque a sua soberania e a
exploração de sua crise interna, seja qual for o pretexto", acrescentou a
Presidência.
A Liga Árabe concedeu à oposição síria o assento de seu país, suspenso
da organização pan-árabe desde novembro de 2011 por causa da violenta
repressão à revolta.
Imagens divulgadas pela TV estatal mostram as explosões, que formaram
clarões durante a madrugada na capital síria. A TV classificou o ataque
como uma tentativa de Israelx de aumentar a moral de grupos terroristas.
É assim que o governo sírio chama os rebeldes.
O mesmo centro de pesquisa militar foi alvo de ataques de Israel em
janeiro. Mais cedo, autoridades israelenses nos EUA confirmaram um outro
bombardeio de Tel Aviv contra um carregamento de mísseis que estaria no
aeroporto internacional de Damasco. Os equipamentos seriam iranianos e
seriam destinados ao movimento radical libanês Hezbollah.
O ataque é o segundo em três dias efetuado pelo Estado hebreu, que tenta impedir que o Hezbollah libanês tenha acesso a armas.
As autoridades sírias anunciaram o ataque deste domingo, em Jamraya,
próximo ao noroeste de Damasco, e uma autoridade israelense confirmou.
"O alvo do ataque eram mísseis iranianos destinados ao Hezbollah, no
norte de Damasco", disse esse alto funcionário, referindo-se ao grupo
xiita apoiado pelo Irã e aliado do regime de Bashar al-Assad, que
enfrenta uma rebelião armada há cerca de dois anos.
Uma fonte diplomática em Beirute confirmou à AFP que o Exército
israelense tinha três alvos militares. Além do centro de pesquisas, um
depósito de munições nas proximidades também foi alvo dos mísseis
israelenses.
Além disso, o Exército israelense atacou a divisão 14, uma unidade de
defesa antiaérea síria, em Saboura, perto da estrada que liga Beirute a
Damasco, a oeste da capital, segundo essa fonte.
"Esses ataques deixaram um grande número de vítimas entre os militares", disse o diplomata.
O Irã, importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad e
arqui-inimigo de Israel, conclamou os Estados da região a resistir à
investida israelense.
De acordo com o relato de moradores de Qudseyya, aviões foram vistos em
torno do Centro de Pesquisa e Estudos Científicos e de dois depósitos
de armas situados nas regiões de Jamaraya e Al Hama, em Rif Damasco,
informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), segundo a
agência EFE.
O ataque causou um enorme estrondo, sendo que gravações divulgadas por
ativistas sírios na internet mostravam um grande incêndio na região dos
montes de Qasium, situados próximo a capital síria.
Em um boletim urgente, a televisão estatal informou que esta "agressão
israelense" foi acompanhada por uma série de "tentativas de assalto aos
postos de controle militares" por parte dos grupos terroristas, uma ação
que foi respondida pelas forças do regime do presidente sírio, Bashar
al-Assad, e deixou vários 'mortos e feridos' entre os rebeldes.
O governo israelense já disse estar preparado para evitar que armas
avançadas cheguem às mãos do grupo. Centenas de moradores sírios de duas
cidades da costa do país estão deixando suas casas após dois dias de
massacres. Segundo a oposição e ativistas, as forças de segurança do
regime mataram 400 pessoas em Banias e Al Baida. O regime sírio alega
que estava apenas procurando terroristas.
Fonte: G1