Um mês após sua eleição, o papa Francisco convidou um grupo de oito
cardeais para “aconselhá-lo no governo da Igreja”. Com representantes de
todos os continentes, eles deverão estudar um projeto de reforma na
Constituição da Cúria.
Anunciado oficialmente neste sábado (13)
pela secretaria de Estado do Vaticano, o papa parece querer dar forma à
Igreja que vem defendendo em seus discursos públicos desde que assumiu:
misericordiosa, pobre e missionária.
Essa iniciativa do pontífice
surgiu após as sugestões recebidas durante as Congregações gerais, que
antecederam o conclave. Os cardeais nomeados são o italiano Giuseppe
Bertello, governador do Estado da Cidade do Vaticano; o chileno
Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile;
o indiano Oswald Gracias, arcebispo de Mumbai; o alemão Reinhard Marx,
arcebispo de Munique; o congolês Laurent Monsengwo Pasiny, arcebispo de
Kinshasa; o americano Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston; o
australiano George Pell, arcebispo de Sydney; e o hondurenho Oscar
Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, que será o
coordenador do grupo.
Alguns deles estavam cotados como os
prováveis sucessores do papa Bento XVI. A primeira reunião do grupo será
em 3 de outubro. Até lá os cardeais vão estudar modificações na
Constituição apostólica Pastor Bonus, do papa João Paulo II.
São
esperadas que algumas posturas do papa Francisco se reforcem. Ele já
exigiu que a Igreja Católica “atue com determinação” nos casos de abusos
sexuais cometidos por religiosos. Segundo uma nota oficial do gabinete
de imprensa da Santa Sé, “O papa manterá a política de tolerância zero
contra a pedofilia” e espera que a hierarquia da Igreja promova “acima
de tudo medidas de proteção dos menores”.
A Congregação para a
Doutrina da Fé informou no início do ano que chegaram ao Vaticano 1.800
denúncias de casos de abusos sexuais a menores por parte de clérigos nos
últimos três anos. O papa Bento XVI chegou a pedir perdão em várias
ocasiões em nome da Igreja às vítimas, mas foi criticado por não ser
mais enérgico. Com informações de Veja e Época.
Fonte: Gospel Prime