O líder exilado do grupo palestino Hamas, Khaled Meshaal, fez nesta
segunda-feira (19) um apelo para que os grupos palestinos "terminem suas
divisões", após seis dias de ataque israelense à Faixa de Gaza que já deixaram mais de cem mortos.
Ele afirmou que as armas palestinas pegaram Israel desprevenido, e diz que Israel não conseguiu seus objetivos em Gaza.
"As armas de resistência pegaram o inimigo desguarnecido", disse em entrevista no Cairo. O Egito tenta mediar uma trégua entre os dois lados.
Meshaal disse que o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu uma trégua. "Quem começou a guerra deve terminá-la", disse.
Ele afirmou que o Hamas tem algumas exigências para a trégua.
Israel deve interromper o que ele chamou de ataques a Gaza e suspender o bloqueio ao território palestino.
Ao mesmo tempo, ele disse que uma eventual campanha terrestre seria "mortal" para Israel.
Israel negou que seu premiê tenha pedido trégua.
União
O líder do Hamas pediu ainda que palestinos acabem com suas diferenças e se unam sob uma única visão, numa referência à divisão entre o Hamas na Faixa de Gaza e a Fatah na Cisjordânia, do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
O líder do Hamas pediu ainda que palestinos acabem com suas diferenças e se unam sob uma única visão, numa referência à divisão entre o Hamas na Faixa de Gaza e a Fatah na Cisjordânia, do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Ele também pediu que grupos internacionais de direitos humanos
"exponham" os "crimes" israelenses em Gaza, especialmente aqueles que
ele disse terem sido perpetrados contra crianças e civis.
Representantes das facções rivais palestinas Fatah e Hamas afirmaram
nesta segunda que decidiram terminar com anos de disputas em uma
demonstração de solidariedade pela crise de Gaza, segundo a France
Presse.
"A partir daqui, anunciamos com outros líderes (de facções) que estamos
acabando com a divisão", afirmou Jibil Rajoub, do Fatah, grupo do
presidente palestino Mahmoud Abbas, a uma multidão de cerca de mil
pessoas que se reuniram para um protesto em Ramallah, a capital política
da Cisjordânia.
Dentre os presentes, estavam integrantes do alto escalão do Hamas na
Cisjordânia, assim como funcionários da liderança de sua rival menor
Jihad Islâmica, informou um correspondente da France Presse.
A Praça Manana de Ramallah se tornou um mar de bandeiras palestinas,
enquanto a multidão gritava "Unidade!" e "Atinjam, atinjam Tel Aviv", em
um apelo aos militantes do Hamas que dispararam ao menos cinco foguetes
contra a cidade costeira deste quinta-feira.
"Quem fala sobre divisão depois de hoje é um criminoso", disse o líder do Hamas Mahmud al-Ramahi, à multidão.
O Fatah e o Hamas, as duas principais facções nacionais palestinas, travaram uma intensa disputa por anos.
Mas o atual derramamento de sangue na Faixa de Gaza, governada pelo
Hamas, onde Israel realizava nesta segunda-feira um sexto dia de
ofensiva aérea, parece ter levado a uma reconsideração das rivalidades
tradicionais.
Israel afirma que atacou para se defender de foguetes lançados por militantes palestinos sobre seu território.
FONTE: G1