A alta quantidade de impostos tem feito com que muitas gráficas
brasileiras optem em importar Bíblias da China, Índia e Chile, já que a
Constituição Federal garante a isenção de impostos na importação de
livros, revistas e jornais.
Se a empresa decide produzir a Bíblia no Brasil paga impostos para
poder importar o papel, a cola e capa especial, como diz o
vice-presidente da Gráfica Imprensa da Fé, Jair Franco, que trabalha com
livros didáticos e religiosos.
“Para fazer a Bíblia aqui, temos de comprar o papel de fora, a capa
especial de fora e a cola de fora, e tudo isso vem com imposto. Aí, o
editor vai lá e faz a Bíblia completa e vende aqui dentro sem pagar
imposto nenhum. Como é que pode?”, revelou Franco ao Estadão.
Quem opta em importar esses produtos acaba tendo uma vantagem que
supera 50% do valor, o que tem chamado atenção de empresários que querem
driblar o chamado “custo Brasil”.
Mas empresas como a Imprensa da Fé demonstram bem como esses altos
impostos prejudicam os negócios. Há dois anos eles imprimiam 3 milhões
de Bíblias por ano. Hoje não passa de 1 milhão, por conta disso 40
trabalhadores foram demitidos nos últimos seis meses e outros ainda
perderão seus empregos. “Vamos ter de dispensar mais 40″, admite
Franco.
Outras editoras de publicações católicas e evangélicas também estão
passando pelo mesmo, tanto que a Associação Brasileira da Indústria
Gráfica está encabeçando um movimento em defesa da indústria nacional.
Nesta terça-feira (3) representantes da Abigraf vão se reunir em
Brasília com a senadora Ana Amélia (PT/RS), autora de Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) que estende a imunidade de livros, jornais e
periódicos para outros insumos.
A proposta de número PEC 28/2012 está na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania desde 14 de junho, aguardando designação de relator.
O presidente da associação, Fabio Arruda Mortara, garante que o
objetivo desse encontro é desonerar o produto brasileiro, dessa forma a
produção nacional ficará mais barata.