O lutador do UFC, Vitor Belfort, usa o nome de Jesus em seu calção
durante as lutas. Depois de muitas lutas pode ser visto orando e suas
entrevistas estão sempre cheias de referências à fé. Ele diz que
encontrou na igreja cristã a força para superar o desaparecimento da
irmã, em 2004, mas que até hoje não tem explicação.
Frequentador da igreja batista, no Rio de Janeiro, afirma que depois
da conversão ele se tornou um homem mais maduro e dedicado, acima de
tudo, à família.
Mesmo que dentro do octógono o lutador viva uma das melhores fases da
carreira, física e tecnicamente, já pensa em parar. Nos últimos meses
apareceu na tela da TV todos os domingos comandando a equipe vencedora do reality show The Ultimate Fighter Brasil.
Durante uma entrevista recente ao site SPORTV.COM, mesmo sem ofensas
ou palavrões, -fez críticas aos desafetos Wanderlei Silva, Anderson
Silva e até Lyoto Machida, a quem chamou de “demagogo”.
Spider, para quem perdeu sua última luta, esteve no programa como
convidado, mas ficou apenas ao lado de Wanderlei. Vitor mostrou decepção
pelo fato de o campeão dos médios do UFC não ter visitado seu time e
ainda se referir a ele com um xingamento. “Quando eu não tenho nada de
bom para falar de alguém, não falo nada. Acho que cada um vai colher o
seu fruto. Ele vai colher o dele… Como campeão, ele tem mostrado quem
ele é… Na realidade, às vezes o sucesso sobe à cabeça das pessoas, e
elas tendem a se sobrepujar em algumas coisas. O verdadeiro guerreiro
não se excede na vitória. Acho que muitas coisas poderiam ser evitadas,
mas, enfim, ele está mostrando sua raiz como pessoa”, explica Belfort.
Em junho, Vitor irá enfrentar o também evangélico Wanderlei Silva,
técnico da equipe rival com quem teve atritos durante o programa TUF
Brasil. Explicou que o duelo contra o “Cachorro Louco” será uma de suas
últimas lutas, pois deseja fazer, no máximo, esta e mais duas lutas
antes de se aposentar. Depois, pretende se tornar dirigente do UFC, um
convite que já recebeu da organização.
Afinal, o programa exibido no Brasil segue o modelo do reality show
de mesmo nome criado nos Estados Unidos. Enquanto por lá atinge 1,4
milhão de telespectadores na televisão aberta, o feito pela Globo
atingiu em média 90 milhões de pessoas por domingo.
“Eu hoje luto por prazer, não por necessidade. Graças a Deus tenho
uma situação financeira estável. Acho que o cinturão é uma coisa que faz
parte de todo lutador, mas luto por prazer. O povo brasileiro pode
esperar mais duas ou três lutas minhas… Se eu já estiver cansado e sem
vontade, acho que não é justo com quem vai pagar o ingresso para me ver,
não é justo comigo, com a minha família, por esse sacrifício que eu
faço. Então, sou um cara bem satisfeito, bem realizado… Vai ser uma
grande jornada para mim… Aprendi que tudo que a gente faz tem de ser com
alegria. A Bíblia diz que a alegria do Senhor é a nossa força. Quando a
gente fala que é a nossa força, é o nosso prazer, a nossa fortaleza,
como se fosse um castelo”, explica o lutador.
Ele, que também é treinador e empresário de lutadores, diz ter outras
ambições “A vida do ser humano é baseada em três valores importantes:
nos relacionamos com a economia, a política e a religião. Então esses
são os três fatores que geram todo presidente, toda eleição, toda
decisão, todo Senado… E o povo brasileiro não entende muito de política e
não tem prazer. Quando você tem prazer em saber, não precisa entender
as coisas totalmente, mas tem que entender o contexto”.
Mas Vitor tem um lado sentimental que poucas pessoas esperam de
alguém envolvido em um esporte considerado tão violento, mas que ficou
claro durante o reality show: “sentimento a gente tem que botar para
fora. Falo para o meu filho que, se estiver com vontade de chorar, que
chore, mas tem que ter um motivo. Se Jesus chorou, por que eu não vou
chorar?”.