Um crucifixo passou a receber milhares de católicos em Mumbai, na
Índia, depois que foi constatado que desse objeto jorra água, e muitos
viajam quilômetros para beber dessas águas. Mas um militante da ciência
decidiu afirmar que não se trata de um milagre, mas de um problema no
encanamento e por causa dessa declaração pode ser acusado de blasfêmia.
O presidente da Associação Racionalista Indiana, Sanal Edamakuru,
examinou o crucifixo e percebeu que se tratava de um problema de
encanamento rompido e que, portanto, quem beber daquela água pode
colocar a saúde em risco. Tal declaração revoltou os católicos indianos e
uma denúncia contra ele foi feita, sob a alegação de “propagar o veneno
anticatólico”, Edamaruku pode ficar três anos na prisão.
A Índia é um país laico, mas a blasfêmia é considerada um crime no
país que tem sua maioria hindu. Um dos detratores do presidente da
Associação é Joseph Dias, secretário-geral do fórum secular
católico-cristão. Ele não concorda com as declarações de Edamaruku.
“Sempre disse que há duas Índias: a do século XXI, que é
progressista, moderna e científica, e a do século XVII, que nos faz
retornar a épocas obscuras de intolerância, hipocrisia e superstição”,
criticou Edamaruku.