domingo, 7 de agosto de 2016

RUMORES DE NOVA CRISE ECONÔMICA DERRUBAM BOLSAS EUROPEIAS



Arrastadas por rumores de eventual nova crise econômica, as Bolsas europeias fecharam nesta terça-feira (2) com quedas significativas, no vácuo de incertezas que dominam o segmento bancário, cujas ações despencaram durante os pregões do dia. Outras razões para o recuo do mercado de ações são os baixos preços do petróleo no mercado internacional e a decepção dos investidores diante do último plano de reativação econômica do Japão. 

O índice Footsie 100, de Londres, caiu 0,73%; o Dax 30, de Frankfurt, 1,80%; o CAC 40, de Paris, 1,84%; o FST Mib, de Milão, 2,76%; e o Ibex 35, de Madri, 2,77%. As perdas do setor financeiro alcançaram proporções preocupantes na Itália e foram lideradas pela Banca Monte Paschi di Siena (BMPS), o terceiro banco do país, que registrou desvalorização de 16,01% em decorrência das preocupações vinculadas às recentes provas de resistência do setor bancário europeu. A Banca Popolare dell’Emiglia Romagna registrou queda de 12,36%, a Banca Popolare di Milano (BPM) despencou 10,29%, enquanto a Banca Popolare recuou 10,12%. 

As mencionadas provas de resistência, que avaliaram a capacidade de 51 bancos do continente diante de eventual crise econômica, também mencionavam entre os bancos mais expostos o alemão Commerzbank, que nesta terça-feira caiu 9,19%, e o britânico RBS, que caiu 1,75%. Em Madri, o Banco Santander, primeiro banco europeu por capitalização, caiu 5,32%, o BBVA caiu 4,87% e o Caixabank, 5,37%. 

O ceticismo sobre a credibilidade das provas de resistência foi sentido também em Paris, onde o Natixis caiu 6,07%, o BNPParibas, 4,33% e o Société Générale, 3,13%.

Analista prevê dificuldades 

“O mercado está preocupado com a necessidade de recapitalização de vários bancos europeus e pelos riscos de contágio ao conjunto do setor”, afirmou Daniel Larrouturou, da Diamant Bleu Gestion, em Paris. 

Os bancos também são afetados pela perspectiva do prolongamento indefinido das baixas taxas de juro atuais, sobretudo na Grã-Bretanha, onde podem ser cortadas na quinta-feira pelo Banco da Inglaterra, alcançando mínimo histórico para enfrentar as consequências do Brexit. 

Preço do barril de afeta o setor de petróleo 

As companhias petrolíferas também ajudaram a derrubar as bolsas, devido à dificuldade do barril superar a casa de US$ 40, apesar de uma pequena recuperação. Esse movimento de baixa começou com incursão da Arábia Saudita de reduzir os preços do produto a partir do excesso de oferta, como forma de prejudicar o projeto norte-americano de exploração de petróleo e gás a partir das reservas de xisto. 

Em Londres, as ações da Royal Dutch Shell caíram 1,82%. O mesmo fenômeno atingiu os papéis de companhias de mineração, que em muitos casos também negociam petróleo. A BHP Billiton, uma das donas da mineradora Samarco, caiu 2,69%; a Rio Tinto, 1,79%; e a Anglo American, 1,63%. 

Outros analistas mencionaram o escasso impacto do novo plano de 28 trilhões de ienes (US$ 273 bilhões, €240 bilhões) aprovado pelo governo japonês para tentar dinamizar a terceira economia do planeta. 

Os analistas da Mizuho Securities estimaram que o plano “nada tem de inovador” e lembram que desde que a bolha financeira estourou em 1990 “já houve pelo menos 26 planos de incentivo econômico”, sem maiores efeitos no crescimento do país asiático. (Com informações da RFI).

FONTE: LIBERTAR.IN