Uma das vítimas, Ivonete Valentim, contou ao The Christian Post sobre seu drama com a Igreja Templária de Cristo na Terra (ITCT),
que prega uma religião sincrética. Ela diz ter perdido uma quantia
próxima à R$21 mil, valor que foi dado como investimento à igreja.
Ivonete
tomou conhecimento da igreja através de um programa de Walter na rádio
Mundial, em São Paulo. Separada, após um casamento de mais de 15 anos, a
ex-fiel encontrou conforto nas palavras do suposto apóstolo e começou a
frequentar sua igreja.
“Era bem distante da minha casa, já que eu
morava no Jd. Arpoador (Butantã) e as reuniões eram no Ipiranga, mas eu
ia quando era possível”, explicou ela ao CP.
A princípio, Ivonete
levava seus filhos, mas disse que parou de levá-los porque estavam
sendo maltratados em detrimento dos animais que estavam lá, onde o
apóstolo dizia que era doação ou para proteção do ambiente.
Ela
conta que durante o tempo em que frenquentou foi motivada a inventir R$
21.000,00 no chamado “grupo de inventimentos”. Nesse grupo, as pessoas
se reuniam para investir em negócios que idealmente gerariam emprego e
rendas mensais para os mesmos investidores.
Segundo ela, o valor pago viria dos lucros e ainda, uma pequena
parcela seria destinada a ajudar a animais e as pessoas carentes.
“O
Walter Sandro sempre disse que era uma associação sem fins religiosos e
que era aberto a todos que quisessem participar, que não se aceita
discriminação de qualquer forma religiosa, sexual, financeira - e que
uma das coisas mais importantes a ser observadas é que se tratavam de
pessoas com o ideal de transformar este mundo num lugar melhor para se
viver e que queriam se ajudar mutuamente - Cavaleiros Templários”,
escreveu Ivonete ao CP.
Ivonete receberia cada dia 30 de cada mês,
5% do valor investido, ou seja, R$ 1050, mensais. Além disso, ela
poderia pedir o resgates, caso não quisesse mais participar, desde que
esperasse 45 dias contratuais.
Entretanto, a ex-fiel conta os
pagamentos não eram no dia agendado e ela começou a acumular dívidas.
Além disso, ela diz que pediu um adiantamento de R$ 1000 e seu valor
caiu para R$ 1000/mensais.
“Não conseguia mais pagar o aluguel e
as minhas despesas de água, luz, telefone, e nem comprar comida para mim
e para meus filhos e eram várias pessoas me cobrando, porque eles não
mais me pagavam”, afirmou.
Ivonete se aborreceu e pediu o resgate,
mas não chegou a receber o seu dinheiro de volta. “Depois, a enrolação
continuou até que me mandaram um acordo de confissão de dívida , onde me
pagariam em 40 parcelas de R$ 500,00, que eu não aceitei e desde então
não recebi mais nada.”
Ivonete conta que passou constrangimentos
também ao comprar um curso de R$ 700, que não lhe foi completamente
dado. Ela também decidiu vender doces, mas afirma que eles eram aceitos
por baixo custo e vendidos por um valor bem mais alto.
“Quando
levei as cocadas (a única vez) a senhora que me atendeu disse que era
muito caro R$1,50, que o retorno seria mínimo (só poderiam ficar se eu
lhe entregasse por R$ 1/unid, mas na minha frente ela comercializou a R$
3/unid - me senti uma otária, acabei deixando o dinheiro com eles.”
Ivonete
lamenta que muitas pessoas ‘estejam sendo enganadas’ e afirma que vai
entrar com uma ação em São Paulo para reaver o seu dinheiro perdido.
Ela
afirma que além de um edifício na Rua Leais Paulistanos, no Ipiranga e
uma chácara nos arredores da Rod. Anchieta, a Igreja de Walter Sandro
dispõe hoje de 51 salas de reunião em todo o país.
Um blog cristão encontra
que Walter Sandro é descrito como “mais um potencial estelionatário”,
que nada mais faz do que “juntar técnicas motivacionais, exoterismo e
evangelho da prosperidade”.
Segundo o depoimento do blog de de
Ivonete, Walter mistura diversas crenças dentro de sua igreja. Ele se
diz um evangélico vindo da Congregação Cristã no Brasil; usa imagens e
orações de santos e anjos “São Miguel” e “São Francisco” como um
católico, inclusive vestindo-se de padre em uma ocasião; usa a figura de
mestres ascensinados, com um líder da nova era; e finalmente se auto
intitula grão mestre, como um maçônico.
Fonte: Cristian Post