O professor John Freshwater mantinha uma Bíblia em sua mesa e se
recusou a retirá-la. Entre as acusações, ele também usaria uma
ferramenta com a imagem de uma cruz para queimar os braços dos alunos.
Entretanto, seus advogados alegam que seu desligamento é
inconstitucional.
"Ele não se envolveu em proselitismo religioso,
ele discutiu uma teoria científica que passa a ser consistente com os
ensinamentos de várias religiões mundiais", afirmou Hamilton, um dos
advogados do professor.
Nesta quarta-feira, o professor teve sua
chance de rebater a questão diante da Corte Suprema de Ohio. Seus
advogados alegam que sua demissão infringiu seus direitos na Primeira e
Décima Quarta Emenda de liberdade de expressão e religiosa.
"O
Instituto Rutherford vai defender o direito à liberdade acadêmica de um
professor de ciências demitido por incentivar os alunos a pensar
criticamente sobre o currículo de ciência da escola, particularmente no
que se refere às teorias de evolução", disse o Instituto Rutherford,
grupo que defende a liberdade civil, em um comunicado divulgado ao The
Christian Post na terça-feira.
De acordo com a declaração do
Instituto, o professor foi demitido em janeiro de 2011. John foi acusado
de ensinar princípios bíblicos quando o tema das aulas era a criação e a
evolução do homem ou homossexualidade.
A direção da escola Mount Vernon Middle School também acusou o
ex-professor de distribuir folhetos aos alunos com o objetivo de que
passem a duvidar da ciência. A escola está localizada em Mount Vernon,
no estado de Ohio nos Estados Unidos. O advogado David Smith,
representante da escola, acusou John de ter violado a separação
constitucional entre Estado e Igreja e que a sua demissão é justa.
"Não
há liberdade acadêmica do professor para fazer isso. Este não é um caso
sobre o cânhamo industrial. Este não é um caso sobre a guerra do
Iraque. Pontos de vista sociológico e político são algo completamente
diferente”, argumenta o advogado da escola, Smith.
A direção da
escola também afirmou que em 1994, o professor distribui um panfleto
intitulado "Answers in Genesis", Respostas em Gênesis, em português. Era
um informativo sobre um seminário com o tema do criacionismo.
Grupos seculares e de educação científica e humanista apoiam a decisão do corpo docente.
O
Instituto Virgínia Rutherford está defendendo o caso do professor, que
recorreu de decisão do tribunal estadual. De acordo com o Instituto
Rutherford, essa decisão foi tomada sem uma análise das reivindicações
constitucionais. O apelo foi feito ao Supremo Tribunal Ohio examinar
tema.