Opus Dei, a poderosa organização que, segundo alguns, comanda a
Igreja Católica Romana, está processando uma empresa dinamarquesa por
violações de marca registrada envolvendo um jogo chamado “Opus Dei:
Existência Depois de Religião”.
Audiências públicas começou esta semana, quando a porta-voz da Opus Dei, Joanna Engstedt, disse à imprensa que a empresa Dema Games,
que lançou um jogo de estratégia temático, baseado em questões
religiosas, não tem direito de usar o nome de sua organização, que
significa “obra de Deus” em latim.
A Dema, uma pequena empresa de jogos, teria registrado o nome em
2009, e afirma em sua defesa que “nenhuma entidade pode reivindicar
direitos exclusivos de conceitos religiosos de qualquer espécie.” O jogo
foi criado pelo estudante de filosofia Mark Rees-Andersen, 28 anos.
A Opus Dei foi fundada por um padre católico na Espanha em 1928. A
aprovação oficial do Vaticano foi emitida pelo Papa Pio XII em 1950. O
grupo chamou a atenção mundial quando o livro “O Código Da Vinci” de Dan
Brown virou um best-seller internacional em 2003, onde retratava a
rede conservadora de padres católicos como uma seita sinistra e sádica.
Na Dinamarca, o Opus Dei está exigindo que o registro do jogo seja
cancelado. Também está pedindo 51 mil dólares em compensações
financeiras e o fechamento do site onde o jogo está à venda, explica
Janne Glaesel, advogado de defesa da Dema.
“Essas são exigências absurdas”, disse Glaesel. ”Em nossa visão, você
não pode obter o direito a um conceito comum, como o Opus Dei, que
poderia ser comparado com… outros conceitos religiosos, como o aleluia.”
Opus Dei não tem um representante na Dinamarca, um país
predominantemente luterano. O aspecto principal em questão é se esse
tipo de processo for bem-sucedido, uma vez que abriria precedente para
que o nome de organizações religiosas não pudesse ser usada em nenhum
tipo de “produto”. Esse tipo de “censura” é negada pela Igreja Católica
que não reconhece oficialmente o processo em questão. The Bellingham Herald.