Foi observado pela primeira vez na narrativa da Ilíada, de Homero, no
século 8 a. C. Há menções também em textos do século 12, do escritor
Geoffrey de Monmouth, que popularizou a lenda do Rei Arthur. Até o
século 17 acreditava-se que as gotas vermelhas de chuva eram sangue de
verdade e, portanto, um mau presságio. Para alguns trata-se de um sinal
apocalíptico.
O Instituto Meteorológico da Suécia (SMHI) explica que o fenômeno não
é perigoso e pode apenas deixar manchas avermelhadas. Afinal, são gotas
de água normal que, segundo os cientistas, de algum modo acumulam a
poeira e partículas da areia do deserto do Saara. Os especialistas
explicam que a poeira vermelha é gerada após sucessivas tempestades de
areia no deserto que, apesar de ocorrerem a cerca de 2 mil quilômetros
de distância, levantam minúsculas partículas que são levadas pelo vento
para outras regiões.
No sábado e no domingo nuvens vermelhas passaram sobre Dinamarca e o
sul da Suécia. De acordo com Joakim Langner, do Instituto SMHI, a “chuva
de sangue” ocorre a cada cinco anos na Suécia, embora seja mais comum
na primavera.
Embora seja ainda mais rara no Reino Unido, as nuvens de chuva
avermelhada chegaram à Grã-Bretanha junto com uma massa de ar quente
vinda da África. Isso deve fazer com que as temperaturas na região
cheguem a 20º C nesses dias, algo bem incomum para o meio do outono.
Meteorologistas britânicos afirmam que este ano o clima no país foi
marcado por temperaturas e fenômenos meteorológicos atípicos,
evidenciando as transformações do clima no planeta.
Essa “chuva de sangue” é mais comum em países do sul da Europa, como
Espanha, Itália, Portugal e sul da França, que ficam mais próximos do
Saara.
Traduzido de The Local