Atleta, empresário, e agora, escritor. Vitor Belfort é mesmo
polivalente. Em meio a centenas de fãs que lotaram a livraria Saraiva,
no shopping Ibirapuera, em São Paulo, ele apresentou seu livro “Lições de Garra, Fé e Sucesso: Vitor Belfort”, lançado pela Thomas Nelson Brasil.
Em entrevista ao Gospel Prime,
Belfort faz questão de dizer que aprendeu a ter calma e auto-controle
com sua caminhada cristã. “Se sou cristão devo ser com as minhas
atitudes principalmente”, explica.
Sobre as provocações, muitas vezes existentes entre lutadores antes
das lutas, ele declara que é contra. “Não gosto das provocações, acho
falta de respeito e além disso tenho que viver o que eu prego. (…) Não
preciso depreciar a imagem de ninguém para promover minhas lutas”, diz.
Apesar do estrondoso sucesso das Mixed Martial Arts (MMA) nos EUA e
Brasil, onde já é o segundo esporte com maior público depois do futebol,
os atletas ainda sofrem com o preconceito. “O preconceito sempre
existiu e sempre existirá, mas o principal é através de nossas atitudes
mostrarmos que o esporte molda o caráter de uma pessoa, o livra das
drogas e faz o indivíduo ter uma vida regrada e saudável”, aponta
Belfort.
Vitor converteu-se ao Cristianismo depois o episódio do
desaparecimento de sua irmã, Priscila Belfort. A dor e o sofrimento o
aproximaram de Deus. Buscando a Deus em meio a muitos questionamentos,
ele conta que conseguiu superar os sentimentos de ódio e vingança
entregando a Deus a resolução sobre o caso, e confiando em sua justiça
em um longo processo de cura espiritual que envolveu o perdão.
“Temos sempre duas opções para nos aproximarmos a Deus. Pela dor ou
pelo amor. O mais importante é que todos terão a oportunidade de
conhecê-lo. Só depende de nós”, diz.
Nessa entrevista Belfort fala sobre preconceito com relação ao
esporte, sua contribuição na divulgação do MMA e na esposa Joana Prado, a
quem chama de “esposa virtuosa”. Acompanhe:
GP: Você e outros atletas de alto rendimento no MMA, como o
Anderson Silva, ostentam uma serenidade em meio as características da
modalidade esportiva, que exige que o lutador esteja sempre alerta e
pronto para o próximo golpe. A que você atribui essa calma e
autocontrole?
VB: A tudo que aprendi nas artes marciais e em minha caminhada cristã.
GP: Você fala em seu livro na importância da família para
sua vida. Como é e qual o peso da participação de Joana Prado para a
construção de sua realidade familiar e também de sua carreira e mesmo em
sua vida espiritual?
VB: A Joana sempre esteve disposta a mudar, a ajudar. Ela faz com que nossa casa seja um lar, hoje entendo porque na Bíblia diz que a mulher sábia edifica a casa. Ela é minha adjuntora, minha mulher virtuosa.
GP: Você diz no livro que quando era criança era hiperativo e
que uma das grandes questões de sua vida foi adquirir paciência. Quais
foram as maiores provas que o testaram nessa área e que o fizeram ser
uma pessoa mais longânima? Teve algum desafeto entre lutadores? Como faz
diante de provocações verbais?
VB: Não gosto das provocações, acho falta de
respeito e além disso tenho que viver o que eu prego. Se sou cristão
devo ser com as minhas atitudes principalmente. Não preciso depreciar a
imagem de ninguém para promover minhas lutas.
GP: O MMA hoje movimenta milhões de dólares e conseguiu
conquistar popularidade e respeito em muitos países. Qual acha que foi
sua contribuição nesse processo?
VB: No Brasil sempre divulguei meu esporte de maneira respeitosa. Fiz questão de mostrar a todos que o MMA no UFC é um esporte com regras e que todos os lutadores devem se respeitar dentro e fora do octógono. Fui a programas de televisão, participei de reality show – Casa dos Artistas – tudo pensando em divulgar e ver meu esporte reconhecido no meu país.
VB: No Brasil sempre divulguei meu esporte de maneira respeitosa. Fiz questão de mostrar a todos que o MMA no UFC é um esporte com regras e que todos os lutadores devem se respeitar dentro e fora do octógono. Fui a programas de televisão, participei de reality show – Casa dos Artistas – tudo pensando em divulgar e ver meu esporte reconhecido no meu país.
GP: O esporte permite um bom rendimento em termos
financeiros. No seu caso, acredita que isso foi possível? Em termos
gerais, quanto já angariou em todos os anos lutando e participando dos
eventos relacionados ao esporte?
VB: Ganho mais do que preciso e menos do que mereço
(risos). O principal é o que se faz com o que ganhou. Como em que
investirá seu dinheiro. Qual o patrimônio que pretende deixar aos seus
filhos. A Joana é muito pé no chão e muito organizada. Ela tem investido
nosso dinheiro muito bem.
GP: Você ainda sofre com algum comentário pejorativo ou preconceito com relação ao MMA?
VB: O preconceito sempre existiu e sempre existirá,
mas o principal é através de nossas atitudes mostrarmos que o esporte
molda o caráter de uma pessoa, o livra das drogas e faz o indivíduo ter
uma vida regrada e saudável.
GP: O que acha de muitos cristãos considerarem o esporte
violento e desumano? Alguns pastores ainda associam as modalidades de
artes marciais, como karatê e jiu jitsu ao budismo e religiões místicas e
pagãs e por vezes desaconselham que os fiéis assistam às lutas. Como se
responde a isso?
VB: Fico triste porque não preciso ser formado em
teologia ou ser pastor para saber que Jesus vê nosso coração. Faço meu
trabalho honestamente cumprindo regras e lutando com uma pessoa que
também se preparou para isso. O povo cristão por seguir o cristianismo
deveria ser um povo unido, assim como os judeus são. Mas diferente
disso, gostam de apontar o dedo e julgar.
GP: Como define a influência de Dan Duke em sua vida espiritual?
VB: Dan é como um pai pra mim. Ele me ensina com
suas atitudes. Ele realmente vive o que prega, diferente de muitos
lideres que no púlpito falam bonito mas suas vidas conjugais ou
financeiras são uma mentira. Meu lema é pregue, pregue, pregue e se
possível fale.
GP: Muitos lutadores de MMA são evangélicos, alguns chegam a
dizer que a maioria é cristã. Acredita que além da fé, muitos tem traços
comuns ou mesmo histórias semelhantes em relação à família ou à
trajetória de vida que os fazem vir a conhecer a Cristo?
VB: Temos sempre duas opções para nos aproximarmos a
Deus. Pela dor ou pelo amor. O mais importante é q todos terão a
oportunidade de conhece-lo. Só depende de nós.
GP: Você pretende se aposentar em alguns anos e se dedicar a
atividades empresariais. Quais são os planos para o futuro? Que metas
ainda pretende alcançar na área esportiva?
VB: Pretendo lutar por bastante tempo se Deus quiser.