O crime do atirador que abriu fogo contra a plateia de uma sessão de
cinema, na cidade de Aurora, Colorado, ainda espanta a opinião pública
em todo o mundo. O ataque resultou na morte de 12 pessoas e 58 feridos
durante a estréia do filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge.
Muitos perguntam-se se o atirador poderia estar movido por alguma
motivação maligna ou mesmo se o filme poderia incitar atos de violência.
“Não podemos negar que existe a maldade humana proveniente do pecado e
acentuada pelos problemas originados pela mente em suas diversas fases
destrutivas e criativas”, diz o pastor Newton Carpintero, pregador de
igrejas protestantes nos EUA e Brasil.
Mas o líder religioso não descarta que existem influências que podem
ser malignas em atos desse tipo: “infelizmente, muitos se dedicam à
construção de projetos em que podemos afirmar que existe a influência do
príncipe deste mundo: o diabo”, avalia.
Sobre as cenas contidas no filme que poderiam incentivar atos
criminosos, Carpintero acredita que conteúdos violentos podem
influenciar mentes violentas. “Sempre que um filme cujo conteúdo mostre a
violência, em qualquer circunstância, poderá fortalecer o ideal de uma
pessoa que esteja propensa a isso. Uns afloram a bondade e outros a
maldade”, conclui o líder religioso.
Escalada da violência
A promotora-chefe do caso do “atirador do cinema” afirmou que vai
consultar as vítimas e parentes dos mortos para decidir se irá pedir
pena de morte para James Holmes, suspeito do crime.
Sobre a aplicação da pena de morte ao autor dos assassinatos,
Carpintero é contra, mas acredita que ela está sendo cada vez mais
demandada pela sociedade. “A violência está irremediavelmente
tornando-se uma realidade de grande temor. A sociedade exigirá penas
mais pesadas e mais violentas contra os agressores de seus familiares”,
acredita.
E completa: “somente quem possui um parente aniquilado pela violência sabe as marcas que um assassino produz a uma família”.
Os habitantes de Aurora disseram a publicações norte-americanas que
“não vão deixar o assassino destruir uma comunidade de 350 mil
habitantes”.
Caso haja decisão pela pena capital, ela só poderia ocorrer 60 dias
após a acusação formal de Holmes, marcada para a próxima sexta-feira
(30).
Sobre os possíveis livramentos de pessoas que sobreviveram ao
massacre, o pastor acredita que “o Senhor sempre utiliza diversos meios
para os seus desígnios”.
“Não acredito que houve uma preferência da parte de Deus pelas vidas
salvas ou mortas”, diz. Segundo o pastor, quem conseguiu se manter com
vida, ganhou mais uma oportunidade de escolher a salvação em Jesus
Cristo. Já os que morreram no episódio se eram servos de Jesus Cristo,
nada perderam, afirma.
O suspeito de matar 12 espectadores em Aurora fez uma primeira
aparição ante o tribunal do condado de Arapahoe nesta segunda (23). Com
olhar perdido e semblante cansado, ele permaneceu em silêncio ao lado da
defensora pública Tamara Brady, no tribunal do condado de Arapahoe.